Começas por ter medo
E alguma pena do cão
Avanças com cuidado
Não consegues ver o chão
Até que vês uma luz
É ali a confusão
Está uma banda a tocar
E uma pequena multidão

Quem pagou para ver o show
Bebe vinho à descrição
Ainda não abriste a boca
Já tens um charro na mão
Quem tem música para dar
Contribui para o serão
Os concertos não acabam
Festa rija até mais não

De repente, um estalo forte
Faz-te parar o coração
Alguém partiu uma garrafa
Atirou-a contra o chão
O mestre de cerimónias
Disse 'Não, não, não, não, não!
Aqui toca a gente toca
Se não for imitação
Ninguém pode tocar covers
É a única proibição'

Ninguém está a salvo na Taberna do Deboche

Vinhas só beber um copo
Mas cedes à tentação
Não sabes para onde isto vai
E isso dá-te tesão
O que hoje é incerteza
Amanhã, uma canção

No fim há jam de noise
Tarolas e distorção
Tudo serve de instrumento
incluindo o garrafão
Está tudo descontrolado
E levas um encontrão
Dás por ti no meio do moche
Ninguém está a salvo na Taberna do Deboche

Só muito depois te lembras
De saber que horas são
É demasiado tarde
Amanhã segue a digressão
Mas o vinho não foi brando
E perdeste a direcção
Já não sabes onde fica
Nem o nome da pensão
Então voltas para a taberna
Estar perdido é que não
Vais cravar mais um cigarro
E medir a pulsação
Mas andas aos ziguezagues
Tropeças e cais no chão

Ninguém está a salvo na Taberna do Deboche